"No início a ausência física é tramada. São os cheiros que demoram a desaparecer, alguns objectos esquecidos e um vazio que não pára de crescer. Onde antes havia tanto, parece haver pouco mais do que nada. Só que nesta fase ainda queremos acreditar que tudo se vai recompor, porque períodos difíceis fazem parte da vida de todos os casais. E mesmo quando começamos a sentir que não tem mais volta, não queremos largar, deixar ir. Forçamo-nos a pensar que ainda é possível começar de novo e fazer diferente, desde que seja com aquela pessoa. Não conseguimos deixar partir, porque deixar partir é perdoar e perdoar leva realmente muito tempo.
Amar deveria ser aceitar que o outro precisa de ir e não voltar. Precisa de ir para ser feliz e nós não queremos ser responsáveis por essa infelicidade. Se dói, é melhor deixar partir. Se não podes ser quem és, é melhor deixar partir. Se não for recíproco, é melhor deixar partir. Se choras mais do que sorris, é melhor deixar partir. Simplesmente deixa ir.
E o tempo vai mostrar aquilo que não quiseste ver. Vai mostrar-te que também não estavas feliz, só não estavas pronta para abdicar daquilo que julgavas possuir, que julgavas ter, que julgavas ser teu. O nosso coração muitas vezes prefere viver na ilusão a ter de deixar de amar, a deixar a vida seguir. Simplesmente deixa ir."
#MariaCapaz: http://mariacapaz.pt/cronicas/e-depois-do-adeus-ou-como-passar-por-uma-separacao-e-sobreviver-para-contar-por-sofia-arriaga/view-all/
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